Jamile de Oliveira Cerqueira
Já era tarde, e não se ouvia nenhum som. Todos dormiam na casa. Quando de repente... o telefone tocou:
— Trilim, trilim, trilim, repetia o toque.
A dona da casa levantou assustada, esperando mais uma vez tocar, e novamente ouviu o barulho:
— Alô, quem está falando?
— Sou eu, o Luizão. Desculpe tá ligando a essa hora minha senhora.
— O que deseja, posso ajudar?
— Sim! Claro!, respondeu ele com muita firmeza. É que eu sou o sequestrador do bairro e estou de olho em sua filha.
— Meu Deus! A Fernanda não! Ela tem apenas 17 anos e não aproveitou nada da vida ainda.
— Agora já é tarde demais, minha senhora, pois eu estou com ela do meu lado e nunca mais tu irá encontra-la se não pagar o resgate.
— AAAAAAAAIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!!!! Meu Deus! Isso não pode estar acontecendo! Ela tem cabelos lisos e escuros?
— Sim!
— E a pele negra?
— Sim! Respondia ele.
E, em poucos instantes, ouvia-se o gemido da mãe, com voz de pranto e dor...
E, logo em seguida, a porta do quarto se abriu, e saiu a Fernanda e, sem entender nada, perguntou:
— Mãe, o que está acontecendo?
E a senhora não parava de chorar, relatando o que havia acontecido.
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